Mafalda Pacheco, a arquiteta que investigou o caso e é a guia desta visita, defende que o conjunto de tetos abobadados em casas populares do centro histórico da vila da Fuzeta são caso único no mundo: pela inusitada concentração, cerca de 750, pelo sofisticado tipo de construção e pelo facto de serem arquiteturas sem arquitetos. A partir de finais do séc. XVIII e durante a primeira metade do XIX, os pescadores da Fuzeta acompanharam a obra da nova, e erudita, igreja do povoado. Nesse estaleiro, aprenderam a fazer complexos tetos em abóbada que replicaram nas suas casas, à medida que as foram construindo em alvenaria. Antes disso, viviam em cabanas de colmo. Uma história surpreendente.